sábado, 19 de julho de 2025

O Brasil que ainda não despertou – Entre o #GPS, o satélite e o dever da esperança!

 


É uma cena corriqueira, mas perturbadora: alguém se indigna nas redes sociais com o fato de o Brasil não ter um sistema próprio de GPS. Foi o que fez @Larissa Rohde em uma publicação no Facebook: “Absurdo que o Brasil não tenha um sistema de GPS próprio.” No calor da indignação, uma resposta se destacou: “O Ciro trata disso há 30 anos.”

Não era apenas um comentário. Era uma denúncia histórica. Uma lembrança de que há três décadas, Ciro Gomes vem alertando sobre temas como soberania tecnológica, independência geopolítica e o papel estratégico da ciência nacional.

 Ciro e o Brasil que poderia ter sido

Em debates públicos, entrevistas e no livro Projeto Nacional – O Dever da Esperança, Ciro não economiza: “Ciência e tecnologia é hoje o outro nome de independência.” O GPS próprio se insere nesse sonho de um Brasil que investe em sua infraestrutura espacial, que se recusa a depender das réguas dos EUA ou da benevolência da Rússia. Ele propõe, inclusive, destinar 3% do PIB à ciência e tecnologia, com atenção especial às áreas de defesa, saúde, agricultura e engenharia espacial.

Essa proposta não nasce do improviso. Ela está alinhada à defesa que Ciro faz de órgãos como INPE, Butantan e Fiocruz como pilares de um desenvolvimento autônomo. É dentro dessa lógica que se compreende a urgência de um sistema nacional de posicionamento global: não apenas por segurança, mas como um símbolo de soberania.

Ciro também já mencionou essa pauta em entrevistas ao Canal Livre, nas sabatinas da Folha de S.Paulo, nos debates presidenciais e nas lives com economistas como Nelson Marconi. Em todos, o tom é o mesmo: o Brasil precisa reaprender a fazer o que já fez — aviões como o Super Tucano, jipes como o Troller, veículos blindados como o Osório. Precisamos abandonar o complexo de vira-lata tecnológico.

 Vozes da frustração: o Brasil como continente adormecido

O leitor @Geossistemas — o próprio autor desta crônica — tocou num ponto visceral. Disse: “O Brasil não é a Polônia ou a Eslováquia; o Brasil é um continente. Já construiu a Embraer, já perfurou poços no mar, já construiu o Osório, o Super Tucano e o Troller.”

Esse desabafo carrega verdade e raiva. E ela é legítima. O Brasil já provou, em diversos momentos da história, que é capaz de se reinventar. Mas hoje, segundo Geossistemas, está prisioneiro de duas figuras menores, “decrépitas”, enquanto o país precisa reorganizar sua economia e trilhar novas “rotas da seda” com parceiros como China e Rússia — leia-se: Ásia.

E mais: ele cobra diretamente o presidente Lula — que pare de falar de jabuticaba e vá trabalhar. Ou que entregue o cargo a Geraldo Alckmin, se for incapaz de dar conta. Cobra também o STF, para que não deixe Bolsonaro impune. Para Geossistemas, não há tempo a perder: “Esse país não pode ficar à mercê de duas figuras menores.”

 Entre o satélite e o dever da esperança

A frase sobre o GPS não é só técnica — é política, é emocional. O Brasil não precisa de mais diagnósticos; precisa de ação. Já temos a inteligência, os engenheiros, os institutos. Nos falta vontade política, coordenação e coragem.

A crônica de hoje é uma convocação. Que não falte voz, nem memória. Que não falte Ciro, nem Geossistemas. Que não falte a capacidade de sonhar com um país que projeta seus próprios satélites e trilha suas próprias órbitas.


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